Diariamente, trabalhadores e clientes estão expostos a diversos riscos à saúde dentro dos salões de beleza, principalmente, naqueles que não seguem as regras e orientações de higiene adequadas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Entre esses riscos podemos citar doenças posturais e varizes (nos funcionários), reações alérgicas aos produtos, micoses e infecções de pele, contaminações como Hepatite B e C e a AIDS.
Mas, tudo isso pode ser evitado desde que cada um faça a sua parte. Em primeiro lugar, o proprietário tem que pensar na estrutura do salão, que deve ser um ambiente iluminado, ventilado, com redes elétrica, hidráulica e de esgoto adequadas, com pisos e paredes laváveis, mobiliários higienizáveis, banheiros para funcionários e clientes separadamente, pia ou tanque próprio para a limpeza dos materiais do salão e equipamento para esterilização das ferramentas, como a autoclave.
Além disso, ele tem obrigação de fornecer aos seus funcionários, equipamentos de proteção individual (EPI), de acordo com suas funções, como luvas, máscaras, óculos, aventais, entre outros. E os funcionários tem o dever de utilizá-los com responsabilidade para se prevenir e prevenir qualquer problema aos clientes.
Outras medidas importantes recomendadas pela Anvisa são:
– Toalhas e lençóis, lixas para unhas e pés, espátulas de madeira e lâminas são instrumentos descartáveis e não podem ser reutilizados nem reprocessados;
– Alicates, pinças, afastadores e tesouras devem ser esterilizados após o uso; Ceras para depilação devem ser fracionadas em porções suficientes para cada cliente, não podem ser reutilizadas as sobras;
– Escovas e pentes devem ser limpos após o atendimento de cada cliente;
– Profissionais que realizam procedimentos com materiais perfurocortantes devem ser vacinados contra Hepatite B e tétano;
– Todos os produtos devem estar dentro do prazo de validade;
– Não deve ocorrer a reutilização de embalagens e produtos químicos.
“Infelizmente, sabemos que todas essas medidas ainda são uma realidade distante em muitos estabelecimentos, às vezes, por falta de informação, qualificação ou até mesmo por descaso. Mas, esses procedimentos são a única forma de se evitar riscos à saúde. Então, o Sindebeleza tem trabalhado no sentido de conscientizar os profissionais da importância de seguirem essas orientações e exigir um ambiente adequado para exercer sua função de forma segura e responsável”, afirmou Maria Hellmeister, presidente da entidade.
Além disso, quando há alguma reclamação ou denúncia o Sindicato verifica e, posteriormente, encaminha as demandas ao órgão responsável para que ele tome conhecimento e as medidas cabíveis em cada caso, pois, como existe um grande número de salões, as inspeções sanitárias realizadas hoje em dia não são suficientes e não atingem a maioria desses estabelecimentos, então o Sindebeleza atua para ajudar a identificar e a combater todos esses problemas que tem atingido e prejudicado diretamente a categoria.
O GRANDE VILÃO: O FORMOL
A Anvisa estabeleceu o uso do formol apenas como conservante na concentração de 0,2% e como endurecedor de unhas apenas na concentração de 5%.
Além disso, é proibida a exposição, a venda e a entrega do formol em drogaria, farmácia, supermercado, armazém e empório, loja de conveniência, etc.
A finalidade da Anvisa é restringir o acesso da população ao formol, coibindo o seu uso como alisante capilar, protegendo a saúde de profissionais cabeleireiros e consumidores.
Mas, infelizmente sabemos que muitos salões ainda utilizam o formol de uma forma irresponsável colocando em risco a saúde de funcionários e clientes.
Riscos do Formol:
– Contato com a pele – Causa irritação à pele, com vermelhidão, dor e queimaduras.
– Contato com os olhos – Causa irritação, vermelhidão, dor, lacrimação e visão embaçada. Altas concentrações causam danos irreversíveis.
– Inalação – Pode causar dor de garganta, irritação do nariz, tosse, diminuição da frequência respiratória, irritação e sensibilidade, graves ferimentos nas vias respiratórias, levando ao edema pulmonar, pneumonia e até câncer no aparelho respiratório. Fatal em altas concentrações.
– Exposição crônica – A frequente ou prolongada exposição pode causar hipersensibilidade, levando às dermatites. O contato repetido ou prolongado pode causar reação alérgica, debilitação da visão e aumento do fígado.
No caso da escova progressiva, dependendo da concentração do formol, pode ainda causar queda capilar.
Estudos da Organização Mundial de Saúde revelam que o formaldeído é um agente reconhecidamente cancerígeno em humanos e que não há níveis seguros de exposição. Os principais tipos de câncer constatados foram a leucemia e a nasofaringe.